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"Minutos"


Na praça bem comportada, as árvores e a loucura em flor

Quanto abismo não passa de poça d'água refletindo estrelas

Palavras, febre sobre dois silêncios

A virtude de certos vícios e o vício de certas virtudes

Cuidado! O próximo é feito de distâncias

Meu futuro fantasma já me assombra

A meia noite, os ponteiros se amam

A cartola engoliu o mágico. O coelho nega-se a falar sobre o assunto.

Não dava intimidade simplesmente porque não a possuía

O solitário teve um caso com a secretaria eletrônica

Na sala de reuniões, vazios se assentam sobre assuntos

Cansei de procurar nos outros aquilo que não encontro em mim

Que Bandeira me perdoe. Não quero ir pra Pasárgada nem ser amigo do rei. Quero amar a liberdade na vida que escolherei

Visto um noturno sobretudo. Três estrelas abotoam meu cansaço

O tempo lentamente vai bebendo os homens que estão no bar

Não devemos conversar, devemos treinar o silêncio

Há quantos séculos divindades fazem de nossos corpos suas jangadas

A eternidade precisa de nós para existir

O homem ama a verdade. E tem filhos com a mentira

Sabemos: Ainda é véspera de existir

Em algum lugar, estas máscaras serão reais

Quando formos ontem, quem nos invocará?

Lua, vício da noite

Cheguei a mim. Você à minha espera.

Cada vez chegamos mais rapidamente. Breve não será mais preciso partir

Creio. Todas as descrenças do mundo formam também uma religião

Chamamos marginais os que nos roubam a carteira e deuses os que nos roubam a vida

Pertencemos ao espólio de uma época

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